Dia 05, Santa Bárbara D’Oeste (Caiubí) > Piracicaba

CHEGANDO EM PIRA

Alessandro – Acordamos após nossa primeira noite acampados na beira do rio. Eram 6:30 da manhã e a névoa por cima do rio bem densa. Logo apareceu o Paulo, caseiro da chácara onde acampamos. Ele nos deixou entrar no pomar e colher laranjas, laranja lima, lima da pérsia, carambola, mexerica, etc. Ele foi muito prestativo e ofereceu até uns ovos caipiras, os quais mais tarde nos arrependemos de termos recusado. Enquanto arrumávamos as coisas levantando acampamento, escutamos suas estórias de vida no interior. Ele costumava pescar no Rio Grande, em Minas, e até bebia de suas águas. Chorou quando chegou na região e viu um Rio como o rio Piracicaba tão sujo e morrendo… Me impressionou a sensibilidade do cara. A tristeza legítima expressada na dó que ele sentia por um rio já quase sem vida. Se encontrarmos mais gente como esse cara ao longo de nossa viagem nós estaremos bem. Pela receptividade e simplicidade.

Iniciamos nossa remada quase às 9:00. Foi um dia que rendeu bastante. Mantivemos um ritmo constante de 8 km/h durante duas horas continuas. Paramos de remar e comemos laranjas, mexericas, bananas e etc. Então continuamos remando e nos surpreendemos quando avistamos uma ponte que, de acordo com o mapa, indicava que estávamos já próximos de Piracicaba. Vimos capivaras saltando para dentro da água como torpedos. Vimos muitos pássaros de muitas espécies nas proximidades da cidade. Às 13:00 estávamos com a canoa nas margens do Rio Piracicaba já em Piracicaba. O dia rendeu bem. Devido a ausência de corredeiras nesse dia o percurso foi feito mais rápido. 32 km aproximadamente. Muito bom para as nossas expectativas. 

Tivemos uma surpresa agradável quando nosso amigo Carlos Hanada, que mora em Piracicaba, nos disse que o Hotel Beira Rio ofereceu suas instalações para passarmos a noite! Muito obrigado ao pessoal do Hotel Beira Rio! 

A chegada em Piracicaba marcou o final de uma primeira etapa da viagem caracterizada pela presença constante de corredeiras. Daqui pra frente deverão ser águas tranquilas e mares de represas! Gostaria que o pessoal de Piracicaba soubesse tudo que tem na água que abastece o consumo de 10% de sua população. Nós sabemos… e é isso que nos preocupa.