Clareira Mal Assombrada

Carlos – Neste dia seguimos da Ilha da Praia diretamente para Panorama, onde fizemos uma parada técnica para nos abastecer de algumas coisas. Eu fiquei cuidando da embarcação enquanto o Alessandro foi conhecer um pouco da cidade e fazer algumas ligações, mas percebemos que o negócio está feio por aqui, por conta do novo sistema de telefonia, que está dando problemas para fazer ligações a cobrar. Apareceram alguns curiosos, mas logo seguimos em frente. Nesse dia vimos toda parte da represa que está atingindo vários locais, realmente algo muito triste.

Alessandro – No final do dia encontramos uma clareira boa debaixo de umas árvores. Chão bem plano. Típico lugar legal para armar as barracas e com espaço para cozinhar. Só que depois de um tempo armando o acampamento, cada um ocupado em montar sua barraca e descarregar seus pertences da canoa, o Carlos disse que tinha uma sensação esquisita sobre aquele lugar. Eu pessoalmente não tinha sentido nada que me chamasse a atenção. Pelo contrário, até tinha me simpatizado com o lugar. Mas o Carlos disse que estava sentindo uma sensação meio desconfortável com o local, algo do tipo como se o lugar tivesse uma energia estranha. Achei curioso. A percepção é de cada um. Claro que a gente fica com receio, ou talvez um pouco mais atencioso a detalhes das coisas à volta para tentar captar algo que comprove algo pelo sim ou pelo não. O Carlos ficou um pouco mais introspectivo do que o normal, talvez meio apreensivo quanto a estar num lugar onde sentiu algo estranho. Mas felizmente ficou só nisso mesmo, uma sensação esquisita de início pra ele. Tudo correu bem no jantar e ao longo da noite de sono. E na manhã seguinte tomamos café e desmontamos acampamento sem nenhuma ocorrência negativa. Será que esse lugar tinha algo de mal assombrado?