Dia 08, Artêmis > Tanquã

PEIXE ENLATADO

Carlos –  Saída às 8:30. Dia com bastante sol, com destino a Tanquã, uma pequena vila de pescadores no início da represa de Barra Bonita onde o Rio Piracicaba perde a força de sua corrente. É um lugar muito bonito onde devido ao assoreamento, foram formadas ilhas de vegetação aquática, da mesma forma que o miniPantanal de Paulínia, com uma grande riqueza de fauna, principalmente de aves.

Chegamos à vila às 16:45 depois de ficarmos um pouco em dúvida com o caminho a percorrer, pois este pântano é um verdadeiro labirinto. 

Há um projeto em andamento para represar toda esta região, com o objetivo de ampliar a hidrovia até a cidade de Artêmis. 

Alessandro – Fomos avisados de que esse trecho, entre Artêmis e Tanquã, é um dos mais bonitos do Rio Piracicaba. Diferente dos trechos já passados, esse era formado de grandes retas de rio. O céu azul pincelava suas cores nos reflexos das águas, deixando tudo com uma luz e textura suave. Rio tranquilo abaixo. Alguns paredões margeavam o nosso caminho. 

Em um trecho mais largo, encontramos alguns barcos de pescadores. No momento que estávamos cruzando um deles, um pescador retirou da água um peixe, uma mandiúva. Não podíamos acreditar no que vimos: Havia uma lata enferrujada presa na cabeça do peixe, como um capacete!! É irônico e ao mesmo tempo triste. Já não bastava ver toda a poluição visual provocada por tanto lixo preso nas árvores e arbustos e margens acima da água, como agora a situação ilustrava claramente que também existe muita sujeira embaixo da água. 

O pescador era o Sr. Paulo Marciano, de Vinhedo. Ele explicou que esse peixe, o mandiúva, possui um ferrão em sua espinha dorsal cuja ferroada dói mais que a picada de um escorpião! Ele e seu amigo Cláudio nos ofereceram uma coca-cola gelada antes de seguirmos viagem, a qual foi muito bem vinda, já que não estamos levando caixas térmicas e o sol estava caprichado.