História de Pescador? “Forças armadas do país vizinho roubam de pescadores aqui no Brasil.”

Alessandro – Outro dia de fortes ventos e muitas ondas… tudo contra. Acampamos numa mata e iniciamos a rotina diária logo cedo. Algumas vezes o vento sossegou, mas manteve-se constante. Estamos agora navegando entre dois países: Brasil e Paraguai. Ficamos sempre próximos já que escutamos histórias absurdas sobre a falta de leis no Paraguai. A marinha deles semana passada mesmo fez um arrastão de barcos brasileiros de pescadores e levou tudo embora, para vender! Imagine a situação desesperadora de um pescador quando a marinha de um país vizinho vem fortemente armada roubar seu barco! Vale dizer que em nenhum momento vimos barcos brasileiros patrulhando as águas. Se nós estivéssemos em apuros em algum momento creio que poderíamos contar apenas com o socorro imediato de pescadores da região. 

No final do dia chegamos em Porto Mendes, distrito ribeirinho. O frio estava intenso, com bastante vento gelado. Os agasalhos saíram das mochilas, junto com luvas e gorros. Acampamos numa praia pública, com direito a um bom gramado, chuveiro gelado e banheiro. Inclusive um tanque para lavarmos algumas roupas.

Comemos alguns pasteis na lanchonete do Lauro, na praia mesmo. Tivemos a oportunidade de assistir um pouco de televisão, mostrando, nas notícias, o caos provocado pela greve de ônibus em São Paulo… O trânsito na represa hoje estava uma maravilha!!

Vimos também, durante o dia, nas margens da represa, possíveis pontos de contrabando: Em lados opostos do lago víamos estradinhas que chegavam às margens, no meio do nada. Não é preciso usar muito a imaginação para perceber que essas estradas não são feitas para acessar a represa e fazer piqueniques.