Entramos na Gigantesca Itaipu

Alessandro – Acordamos prontos para partir. Na arrumação eu quase briguei com um dos pescadores que estavam por ali: A Tininha, dona do bar, tem uma cadelinha de 16 anos, a Pepita, dos tempos de garimpo da Tininha e do marido. Quando eu estava arrumando as coisas eu escutei um barulho de coisa caindo na água, e quando olhei vi que esse cara havia jogado a pobre cadela na água gelada! Ela estava dormindo dentro de uma caixa de papelão para se abrigar do frio e o desgraçado simplesmente a jogou na represa. Corri para tirar a coitada da água, já que lá não havia rampa para ela sair. Fiquei irado com o maltrato. Mais ainda pela covardia desse imbecil que não teria coragem de fazer isso na frente da dona da cachorra. Ele ainda por cima dava risada acompanhado de outros pescadores. Justo uma cadelinha que não faz mal a ninguém, querida pela maioria. Discuti com o cara mas achei melhor parar, pois estou numa área onde sou minoria e nunca se sabe o que uma pessoa extremamente ignorante é capaz de fazer. Fiquei mais tranquilo ao ir embora, após conversar com outras pessoas com quem fiz amizade por ali, que conhecem o idiota, que me disseram que assim que ele aparecesse por ali eles o jogariam na água gelada também. Queria estar lá para fazer isso eu mesmo.

Saímos com um pouco de vento contra, e logo no início das remadas já estávamos sobre a área que uma vez fora as Sete Quedas. Tudo embaixo d’água. Agora apenas um gigantesco lago. Um lago que leva nele boas memórias da época em que o forte do turismo de Guaíra era as Sete Quedas, e um lago em cujas margens ainda é forte a revolta daqueles que ainda não se conformam com o crime cometido contra umas das maravilhas da natureza. A simples extinção das cataratas.