Dia 037 – Guaná > Porto Primavera
Percurso: Represa de Porto Primavera e Eclusagem, Rio Paraná
Início: Guaná, Gramadinho da rede, 22° 19.231’S 52° 41.040’W
Final: Balsa de Porto Primavera, 22° 30.903’S 52° 59.659’W
Percorrido hoje: 38.6 km
Total acumulado: 975.5 km
Eclusagem em Porto Primavera
Carlos – Neste dia fizemos uma coisa interessante: tentamos fazer uma vela com um agasalho, para auxiliar nas remadas, mas foi só uma experiência, pois achamos que seria antiético fazer isso.
E continuamos remando, com o objetivo de fazer a eclusa de Porto Primavera, o que foi possível pois estávamos adiantados, com 35 km estávamos acima da expectativa de remada na represa.
Essa eclusagem foi interessante e bem diferente das demais. Em todas as eclusas que passamos tinha todo um ritual de passar todos os nossos dados, e eles darem autorização. Na comunicação via rádio existe todo um protocolo, não se pode falar de qualquer jeito, pois tal foi nossa surpresa quando eu entrei em contato (no canal 16) com a eclusa e pedi para me passarem para o canal, pois o canal 16 é um canal de emergência e de comunicação rápida, mas essa pessoa falou – “Não, fala no 16 mesmo” – Eu já achei estranho. E ainda, quando eles se referiam a nós, ao invés de falarem embarcação tal, comandante tal, eles falavam “ô alô, barquinho; ô do barquinho”. Foi uma coisa bem amadora, nós vimos que eles tinham uma experiência muito pequena, então nós éramos conhecidos como “barquinho, barquinho Ethel”. Como lá em Porto Primavera está tudo funcionando muito precariamente, nós tivemos que ficar esperando uma autorização de Jupiá, junto com os pescadores. Ali existe uma eclusagem diária de pescadores para cima e para baixo do rio, 9h da manhã para subir e 6h da tarde para descer. Conclusão – Tivemos que passar junto com os pescadores apesar de ter chegado na eclusa às 15h30min. Foi nossa primeira eclusagem à noite, essa foi a sétima eclusagem que fizemos, de um total de 8, pois não fizemos a de Barra Bonita.
Enfim chegamos na balsa de Porto Primavera, onde fomos bem recebidos pelos donos do bar, um casal, ele é pescador e ela cozinha no barzinho ao lado da balsa, onde fez uma janta para a gente, uma comida muito boa por sinal. Acampamos ao lado da casa “Restaurante e Lanchonete do Vaqueiro”, pois o cara foi peão de rodeio por 12 anos, e hoje está morando em Porto Primavera.