Dia 089 – Isla Lorenzo > Rosário


Percurso: Rio Paraná
Início: San Lorenzo, km 450, 32° 43.221’S 60° 43.606’W
Final: Rosário, km 418, 32° 56.482’S 60° 38.095’W
Percorrido hoje: 26.8 km
Total Acumulado: 2772.9 km
As Cidades Passam a Ser Menos Receptivas
Carlos – Em direção a Rosário o vento era o mesmo e o cuidado redobrado com as embarcações. Portos e mais portos e já com saudades dos locais desabitados e praias de areia branca.
Rosário é uma das maiores cidades depois de Buenos Aires, com 1.200.000 habitantes, economia centrada no embarque nos portos e indústrias.
Em cidades grandes é sempre melhor procurar um lugar seguro e mais uma vez procuramos a prefeitura naval e acabamos fazendo acampamento no jardim do destacamento onde ficam os cachorros (perros em espanhol) treinados para ataque e farejar drogas, mais seguro impossível.
Saímos para procurar uma lavanderia e uma linha de internet, conseguimos os dois. O Alessandro saiu para conhecer um pouco da cidade e viu um bonito monumento à bandeira, belas praças e grandes shopping centers.
Começamos a perceber a diferença de grandes para pequenos centros no que se refere a atenção e curiosidade das pessoas.
Alessandro – Depois de tanto tempo “no mato”, lá em “outro mundo”, porém nesse mesmo planeta, saí andando pela cidade de Rosário e fui me lembrando da correria que é viver em uma. Fico pensando como é difícil fazer as pessoas lembrarem, ou se conscientizarem, de que existe lá fora, além das paredes da cidade, um mundo de natureza tão carente. É um mundo que comprovadamente sustenta todo o equilíbrio da vida na terra, e ao mesmo tempo tão separado e longe da “civilização”. Nessa viagem percebemos como as questões de meio ambiente estão em uma situação crítica, necessitando de atenção urgentemente. E ao mesmo tempo, observo como as pessoas vivem para sobreviver no dia a dia, numa correria onde elas mal possuem tempo para elas mesmas. Muito menos então parar e se preocupar com o caminho para o qual essa correria toda está nos levando, a todos. Problemas ambientais são uma realidade que necessitam de atenção imediata, mas ao mesmo tempo estão tão longe, quase que completamente fora do foco da grande maioria da população deste planeta, que está ocupada demais indo rapidamente a lugar nenhum. Sobra para poucos então, uma triste e silenciosa lamentação.