Dia 085 – Curtiembre > Paraná (Cidade em Entre Rios)


Percurso: Rio Paraná
Início: Curtiembre, barrancas praia com rio seco, km 658, 31° 26.712’S 60° 8.217’W
Final: Paraná, Entre Rios / Bar do Pablo – km 600, 31° 43.063’S 60° 31.904’W
Percorrido hoje: 51.4 km
Total Acumulado: 2617.4 km
“Hoy Se Quedan Aqui Mis Amigos!” – Pablo
Carlos – Os dias já estavam bem quentes, ar parado e vista prejudicada pelo vapor em suspensão. O objetivo era a Cidade de Paraná, capital da província de Entre Rios e que sinalizava a “reta” final da viagem. A navegação deste dia foi tranquila e mostrou paisagens muito agradáveis com as já conhecidas barrancas e bosques com muita sombra.
Chegamos em Paraná às 16:00 horas e nos dirigimos para a Prefeitura como de praxe e encontramos um local difícil de parar e tentar subir os equipamentos, pois se tratava de um porto para grandes embarcações e sem nenhuma praia. Neste local havia um clube de canoagem, aliás, em Paraná o remo, canoagem e vela são muito bem desenvolvidos e encontramos inúmeras embarcações de todos os tipos com seus tripulantes aproveitando o belo final de tarde.
Após o contato com a prefeitura, tentamos encontrar no porto mesmo algum local para ficarmos aquela noite e nos indicaram conversar com o pessoal do clube. Bem neste momento um dos canoístas, que por sinal era o presidente do clube, teve um acidente virando a canoa no meio do rio, que tem uma corrente bem forte, e foi a maior “quizumba”, todo mundo indo com barco ajudar, barco da prefeitura saindo com sirene ligada, etc. Bem, resumindo, não dava para falar com ninguém e resolvemos seguir um pouco mais e tentar a sorte em outro canto, pois o sol já estava se pondo no horizonte.
Depois de 1 quilômetro de remadas, vimos um local que parecia ser um bar à beira rio. Tinha um pessoal com jeito de doidão com um violão cantando algo e algumas garrafas de cerveja na mesa. Paramos e perguntamos que local era aquele e quem era o dono. As respostas vieram um pouco vagas, mas logo apareceu o dono do lugar, o Pablo, que no primeiro instante já colocou o local à disposição oferecendo um canto em um salão que estava em reformas, na verdade um Iate Clube que tivera arrendado a pouco tempo.
Após descarregarmos tudo conhecemos Magda, uma carioca que há 15 anos já estava em Paraná, casou-se, teve três filhos e vivia de vender artesanato em feiras Hippies.
Mais uma vez a hospitalidade argentina se mostrou forte. Como no local não havia muita infra-estrutura, Pablo ofereceu a casa de sua avó para tomarmos banho e um jantar feito por ele, que se dizia um ótimo cozinheiro. Tomamos banho na casa da Sra. Esther, 85 anos, saúde de ferro e trabalhando com uma pequena empresa de filtros residenciais, e muito simpática.
No jantar foi oferecido um Matambre ao leite, carne da barriga do boi, um excelente prato com tempero à base de ervas.