Dia 073 – Corrientes > Empedrado
Percurso: Rio Paraná
Início: Corrientes Capital, Clube de Canoagem , km 1.024, 27° 28.195’S 58° 51.269’W
Final: Empedrado, Praia nos Paredões, km 1.160, 27° 55.202’S 58° 48.562’W
Hoje: 50.8 km
Total Acumulado: 2100.7 km
Into the Wild
Alessandro – Depois de uma manhã nos preparando para sair e recebendo a visita de pessoas curiosas, inclusive crianças divertidas fazendo fotos na canoa, nós saímos para mais um dia de remadas debaixo de um belo céu azul de inverno.
Hoje passamos por trechos bastante assoreados, onde a areia elevou o leito do rio. A areia era tanta e trechos tão rasos que tivemos que sair da canoa e puxar. E muitas vezes, em condições assim, a gente não “sente” a direção da correnteza, para saber em qual direção se deslocar. Ainda mais em áreas tão vastas, dentro das quais você olha em volta e tem dificuldade de ver o caminho a seguir. Tivemos que consultar bastante a carta náutica para poder ter certeza do rumo a seguir. Sem contar o desgaste de puxar a canoa quando o fundo emperra na areia. Mas fora isso, foi agradável andar descalço na areia e ter uma mudança de cenário.
Hoje deu pra sentir o contraste entre estar em um lugar cheio de gente e logo depois estar em um lugares com muita tranquilidade e sossego, longe de tanta gente. Encontrar pessoas nas cidades é muito bom. Boa oportunidade para conversar e absorver um pouco do que se passa por aí. Mas… cidade é cidade e com isso toda a tranquilidade se vai. É pensando nisso que com prazer continuamos nossa viagem e nos distanciamos das cidades na expectativa de encontrarmos um lugar longe de tudo para poder ficar na paz da natureza. De chegar em simples praias e matas onde os únicos vestígios de agito são as pegadas de diversos animais na terra e na areia, do grito dos macacos bugios, do cantar de diversos pássaros, do barulho das marolas. De lugares onde as únicas luzes que se vêem à noite são as luzes da lua e das estrelas. Aonde luzes das cidades são apenas fracos brilhos distantes no horizonte. Só se sabe como é um lugar assim experimentando-o.
É uma sensação de extrema paz poder contemplar um pôr do sol silencioso, vendo seu brilho dourado nas areias das barrancas altas. É muito bom escutar os bugios que, de tantos que estão gritando ao mesmo tempo, parecem soar como uma ventania distante. Muitas vezes me preocupo sobre quando terminar essa viagem: Como vou sentir falta desses lugares que para mim se tornou quase que uma rotina nesses últimos dois meses!