Na Companhia dos Miguelitos

Alessandro – Logo cedo os irmãos Cláudio e Xavier apareceram, com nova bateria de perguntas e disposição para ajudar. Acabaram tomando café da manhã conosco.  

O vento começou a se intensificar hoje, e pior ainda, contra a nossa direção. Custou para completarmos os 45 quilômetros. Paramos por volta do meio-dia em um banco de areia que fechou completamente um pedaço de rio que passava entre duas ilhas de um arquipélago. Onde antes era um trecho de rio, agora é uma grande extensão de areia ligando duas ilhas. Aproveitamos para fazer um mergulho e refrescar um pouco. A areia onde paramos era do tipo que cantava, fazendo um ruído interessante quando provocado o atrito debaixo de uma pisada. Pouquíssimos quilômetros abaixo a gente viu, pela primeira vez nessa viagem, alguns jacarés. Os vimos de longe, já que entravam na água ao nos avistar. 

Passamos e paramos em um destacamento naval para dizer que estava tudo indo bem. Fui muito bem recebido e saí de lá levando suco de pomelos e as próprias frutas de pomelo, que é conhecido como grapefruit, em inglês (não sei o nome em português). É uma fruta cítrica, maior que a laranja, um pouco mais azeda, e muito popular aqui na Argentina.

Essa região forma labirintos muito interessantes de ilhas, oferecendo uma diversidade de formações: Praias, barrancos, mini-pântanos, praias de lama, mato, bosques abertos e fechados. Lugar muito bonito para se ver.

Hoje comemoramos a marca dos 2000 km! Com direito a azeitonas, queijo e suco de pomelo. (Atualização 2017: Com a aferição correta anos depois, eu pude constatar que a marca dos dois mil quilômetros acumulados foi batida, na verdade, no dia 71 de viagem, dia 14 de Agosto).

Acampamos em uma esquina de praia debaixo de umas árvores e um bambuzal. A essa hora o vento já estava se intensificando e o frio começando a se fazer notar.