Continuamos Sob Ameaça de Tempestade

Carlos – Depois de um dia de descanso forçado devido ao mal tempo, saímos com esperança de chegar ao final da represa, pois se tratava da última água barrada de todo percurso, totalizando mais de 1.200 km. 

Logo que saímos da ponta que estávamos, um forte vento sul nos pegou de surpresa, forçando-nos a seguir ao fundo da enseada e enfrentar as ondas de frente, causando um pequeno atraso em nossos planos originais.

Como se tratava de uma represa, a carta náutica que tínhamos já não servia de muita coisa e constantemente tínhamos que decifrar o que restou da paisagem original através do que sobrou das árvores mortas pela subida da água.

Passamos pelo último posto da marinha na represa por volta das 13:00h , fizemos contato pelo rádio e seguimos para adiantar o máximo possível  até encontrarmos uma praia com um pasto acima de um barranco.

Logo que chegamos vimos enormes peixes na margem, provavelmente Piauçu, o que causou um desespero no Alessandro para conseguir pegar algum, tanto que logo que arrumamos as coisas ele saiu em busca de alguma coisa para fazer isca. Mais uma vez ficamos sem jantar um peixe e comemos nosso arroz com feijão de sempre.

Atualização em 2016, Alessandro – O local onde ficamos provavelmente não era uma ilha. De acordo com a carta náutica de 1997 estaríamos bem próximo à extinta Ilha Soto Cué e Isla Solis Cué, hoje essas e as demais do mesmo arquipélago estão debaixo da água, na represa de Yacyretá.